Por Paulo Negrão
Passa a vigorar a partir de hoje a NBR 15847:2010 sobre os Métodos de Purga para Amostragem de Águas Subterrâneas em Poços de Monitoramento. Pela primeira vez temos uma Norma ABNT para balizar as práticas de amostragem de poços de monitoramento à luz da ciência e dos avanços no conhecimento das dinâmicas que interferem na representatividade das amostras obtidas através de poços de monitoramento. A homologação da NBR 15847:2010 é um grande marco para os profissionais brasileiros de águas subterrâneas!
A NBR 15847:2010 apresenta de forma clara e objetiva a aplicabilidade, vantagens e limitações das várias técnicas de purga de poços de monitoramento, tais como: Purga de Volume Determinado, Purga de Baixa-VAzão (Low-Flow), Purga em Poços com Baixa Capacidade Hidráulica e Amostragem sem Purga.
Um dos grandes avanços da Norma é a fixação de limites máximos para o rebaixamento da coluna d"água em resposta ao bombeamento do poço, independente do método de purga utilizado, sendo que:
a) o rebaixamento do nível d’água durante a purga deve ser o mínimo possível para reduzir o tempo de purga, evitar uma perda de carga excessiva e escoamento pronunciado de água pelo topo do tubo-filtro;
b) para poços com seção filtrante plena: a estabilização do rebaixamento deve ocorrer no máximo a 25 cm do nível estático;
c) para poços com o nível d"água acima do topo do tubo-filtro (filtro afogado): preferencialmente, o nível d"água deve se estabilizar acima do topo do tubo-filtro. Caso isso não seja possível, esta estabilização deve ocorrer no máximo a 25 cm abaixo do topo do tubo-filtro.
Em função das limitações de rebaixamento, a aplicabilidade da técnica de Purga de Volume Determinado fica limitada apenas aos poços de monitoramento que possam produzir o volume determinado para a purga sem que o rebaixamento gerado exceda os valores acima.
Ainda, o rebaixamento máximo da coluna d"água na amostragem em poços de monitoramento com seção filtrante plena, aqueles nos quais o nível d"água intercepta a seção filtrante do poço, deve ser de 25cm. Este importante critério técnico visa aumentar a representatividade das amostras coletadas nos "poços clássicos" para observação da presença de fase livre em postos de gasolina, nos quais o objetivo era de permitir a identificação da presença de fases livres sobrenadantes (LNAPL) no interior dos poços. Infelizmente esta configuração construtiva dos poços para detecção de fase livre impõe grandes desafios quando os mesmos são utilizados para o monitoramento de fases dissolvidas de contaminantes em águas subterrâneas. O contato da coluna d"água do poço com a porção do aquífero exposta às pressões negativas das zonas de capilaridade, além as iterações de transição da zona vadosa com a zona saturada, interferem no estado de oxigenação da água, pH e potencial de oxi-redução da água a ser amostrada. A configuração dos poços de monitoramento com seção filtrante plena era a prática usual até o cancelamento da antiga NBR 13895 a sua substituição em Julho de 2007 pela, desde então vigente, NBR 15495:2007
Outra questão bastante importante abordada pela NBR 15847:2010 é a recomendação expressa de que os poços de monitoramento não sejam purgados até seu completo secamento. Infelizmente, esta é uma prática bastante comum no mercado que resulta em alterações hidrogeoquímicas, físicas e bioquímicas significativas no ambiente de amostragem e, por sua vez, influi na representatividade da amostra coletada em relação a qualidade do aquífero em estudo.
A NBR 15847:2010 é o resultado de mais de 12 meses de trabalho do grupo de profissionais que se dedicaram à elaboração desta norma junto a ABNT, levando em consideração as mais modernas e recentes Normas da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (US EPA), ASTM e artigos publicados nos mais importantes periódicos e jornais científicos do mercado mundial.
A NBR 15847:2010 pode ser adquirida diretamente do website da Associação Brasileira de Normas Técnicas através do link http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=60080
Paulo Negrão é Engenheiro Civil e Diretor Técnico da Clean Environment Brasil. Foi o pioneiro no Brasil na utilização da técnica de amostragem de águas subterrâneas pelo Método de Baixa Vazão. É professor das disciplinas Amostragem de Solos e Amostragem de Águas Subterrâneas na Faculdade de Engenharia Civil da UNICAMP. É sub relator do grupo de trabalho da Comissão de Estudo Especial de Avaliação da Qualidade do Solo e da Água para Levantamento de Passivo Ambiental e Avaliação de Risco à Saúde Humana (CEE-68) da ABNT para a elaboração das Normas para amostragem de águas subterrâneas. É membro da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas, National Ground Water Association dos EUA e da International Association of Hydrogeologists.
Passa a vigorar a partir de hoje a NBR 15847:2010 sobre os Métodos de Purga para Amostragem de Águas Subterrâneas em Poços de Monitoramento. Pela primeira vez temos uma Norma ABNT para balizar as práticas de amostragem de poços de monitoramento à luz da ciência e dos avanços no conhecimento das dinâmicas que interferem na representatividade das amostras obtidas através de poços de monitoramento. A homologação da NBR 15847:2010 é um grande marco para os profissionais brasileiros de águas subterrâneas!
A NBR 15847:2010 apresenta de forma clara e objetiva a aplicabilidade, vantagens e limitações das várias técnicas de purga de poços de monitoramento, tais como: Purga de Volume Determinado, Purga de Baixa-VAzão (Low-Flow), Purga em Poços com Baixa Capacidade Hidráulica e Amostragem sem Purga.
Um dos grandes avanços da Norma é a fixação de limites máximos para o rebaixamento da coluna d"água em resposta ao bombeamento do poço, independente do método de purga utilizado, sendo que:
a) o rebaixamento do nível d’água durante a purga deve ser o mínimo possível para reduzir o tempo de purga, evitar uma perda de carga excessiva e escoamento pronunciado de água pelo topo do tubo-filtro;
b) para poços com seção filtrante plena: a estabilização do rebaixamento deve ocorrer no máximo a 25 cm do nível estático;
c) para poços com o nível d"água acima do topo do tubo-filtro (filtro afogado): preferencialmente, o nível d"água deve se estabilizar acima do topo do tubo-filtro. Caso isso não seja possível, esta estabilização deve ocorrer no máximo a 25 cm abaixo do topo do tubo-filtro.
Em função das limitações de rebaixamento, a aplicabilidade da técnica de Purga de Volume Determinado fica limitada apenas aos poços de monitoramento que possam produzir o volume determinado para a purga sem que o rebaixamento gerado exceda os valores acima.
Ainda, o rebaixamento máximo da coluna d"água na amostragem em poços de monitoramento com seção filtrante plena, aqueles nos quais o nível d"água intercepta a seção filtrante do poço, deve ser de 25cm. Este importante critério técnico visa aumentar a representatividade das amostras coletadas nos "poços clássicos" para observação da presença de fase livre em postos de gasolina, nos quais o objetivo era de permitir a identificação da presença de fases livres sobrenadantes (LNAPL) no interior dos poços. Infelizmente esta configuração construtiva dos poços para detecção de fase livre impõe grandes desafios quando os mesmos são utilizados para o monitoramento de fases dissolvidas de contaminantes em águas subterrâneas. O contato da coluna d"água do poço com a porção do aquífero exposta às pressões negativas das zonas de capilaridade, além as iterações de transição da zona vadosa com a zona saturada, interferem no estado de oxigenação da água, pH e potencial de oxi-redução da água a ser amostrada. A configuração dos poços de monitoramento com seção filtrante plena era a prática usual até o cancelamento da antiga NBR 13895 a sua substituição em Julho de 2007 pela, desde então vigente, NBR 15495:2007
Outra questão bastante importante abordada pela NBR 15847:2010 é a recomendação expressa de que os poços de monitoramento não sejam purgados até seu completo secamento. Infelizmente, esta é uma prática bastante comum no mercado que resulta em alterações hidrogeoquímicas, físicas e bioquímicas significativas no ambiente de amostragem e, por sua vez, influi na representatividade da amostra coletada em relação a qualidade do aquífero em estudo.
A NBR 15847:2010 é o resultado de mais de 12 meses de trabalho do grupo de profissionais que se dedicaram à elaboração desta norma junto a ABNT, levando em consideração as mais modernas e recentes Normas da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (US EPA), ASTM e artigos publicados nos mais importantes periódicos e jornais científicos do mercado mundial.
A NBR 15847:2010 pode ser adquirida diretamente do website da Associação Brasileira de Normas Técnicas através do link http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=60080
Paulo Negrão é Engenheiro Civil e Diretor Técnico da Clean Environment Brasil. Foi o pioneiro no Brasil na utilização da técnica de amostragem de águas subterrâneas pelo Método de Baixa Vazão. É professor das disciplinas Amostragem de Solos e Amostragem de Águas Subterrâneas na Faculdade de Engenharia Civil da UNICAMP. É sub relator do grupo de trabalho da Comissão de Estudo Especial de Avaliação da Qualidade do Solo e da Água para Levantamento de Passivo Ambiental e Avaliação de Risco à Saúde Humana (CEE-68) da ABNT para a elaboração das Normas para amostragem de águas subterrâneas. É membro da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas, National Ground Water Association dos EUA e da International Association of Hydrogeologists.